Revisão de Literatura – Exc. in Reac. Journal. (Bahia) 1 (1) * jan 2025
USO DE CANABINOIDES NO APOIO À RECUPERAÇÃO MOTORA E COGNITIVA APÓS UM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: EVIDÊNCIAS ATUAIS E IMPLICAÇÕES FUTURAS
Autores: Elisabete Soares de Santana; Maria Aparecida Espírito Santo da Silva, Tereza Raquel Xavier Viana.
RESUMO: O uso de canabinoides na recuperação motora e cognitiva após um acidente vascular cerebral (AVC) tem sido objeto de crescente interesse na pesquisa científica. Este estudo revisa as evidências atuais sobre a eficácia dos canabinoides, como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), na modulação dos processos de neuroplasticidade e na redução da inflamação, fatores cruciais para a recuperação pós-AVC. A literatura sugere que esses compostos podem melhorar a função motora e a cognição, promovendo a regeneração neuronal e a proteção contra a morte celular. Avaliar as evidências atuais sobre os efeitos terapêuticos dos canabinoides na reabilitação de pacientes pós-AVC. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, buscando evidências sobre o uso de canabinoides na recuperação motora e cognitiva após AVC em adultos. A pesquisa incluiu artigos publicados entre 2014 e 2024, disponíveis nas bases PubMed, SciELO e Medline, usando descritores específicos. Estudos não relacionados ao tema ou sem dados originais foram excluídos. Das 12 publicações encontradas, 3 foram selecionadas para análise devido à relevância e qualidade metodológica. Os resultados mostram que os canabinoides podem ter efeitos benéficos, como a redução da espasticidade e a melhora da plasticidade neural, contribuindo para a recuperação. Conclui-se que, embora os canabinoides apresentam promissoras aplicações clínicas, mais estudos são necessários para solidificar suas indicações e protocolos de uso.
Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral, Canabinoide, Endocanabinoide, THC.
INTRODUÇÃO:
Os acidentes vasculares cerebrais (AVCs) figuram entre as principais causas de morbidade e mortalidade ao redor do mundo, impondo severos déficits motores e cognitivos que afetam profundamente a qualidade de vida dos sobreviventes (Bravo-Ferrer et al., 2016). Estes impactos incluem desde dificuldades na mobilidade e na coordenação motora até comprometimentos cognitivos, como problemas de memória, atenção e tomada de decisões, que limitam a autonomia dos pacientes. A reabilitação após o AVC, portanto, configura-se como um processo complexo e contínuo, com o objetivo de restaurar as funções comprometidas e proporcionar uma maior independência e qualidade de vida aos indivíduos acometidos. Nesse cenário, a pesquisa sobre o uso de canabinoides como adjuvantes no processo de recuperação motora e cognitiva ganha relevância, atraindo crescente atenção da literatura científica (Fernandes et al., 2022).
Os canabinoides, compostos bioativos derivados da planta Cannabis sativa, interagem diretamente com o sistema endocanabinoide (SEC), um sistema fisiológico essencial que influencia uma série de processos biológicos, como a modulação da dor, controle da inflamação e neuroproteção (Pacher et al., 2017). Esse sistema é composto por receptores canabinoides, endocanabinoide (substâncias que o próprio corpo produz) e enzimas que regulam a síntese e degradação desses compostos (Cristino; Bisogno; Marzo, 2019; Peruchi et al., 2024).
O SEC desempenha um papel crucial na regulação de mecanismos neurofisiológicos e pode impactar a recuperação neural após lesões cerebrais, como ocorre nos casos de AVC. Estudos emergentes indicam que os canabinoides podem promover a plasticidade neural, que é a capacidade do cérebro de reorganizar-se e adaptar-se em resposta a lesões. Adicionalmente, os canabinoides demonstram potencial para reduzir a espasticidade – um aumento anormal do tônus muscular – e aliviar a dor, elementos que podem beneficiar a reabilitação de indivíduos pós-AVC (Sabo; Baptista, 2023).
Além disso, pesquisas experimentais apontam que a administração de canabinoides pode conferir efeitos neuroprotetores em modelos de AVC. Os canabinoides possuem propriedades que podem auxiliar na mitigação dos danos cerebrais em condições isquêmicas, o que sugere uma possível aplicação terapêutica no contexto de lesões cerebrais induzidas por AVC. Os mecanismos envolvidos incluem a redução da inflamação, o bloqueio de processos excitotóxicos – responsáveis por danos celulares causados por liberação excessiva de neurotransmissores – e o estímulo da regeneração neuronal. Esses achados reforçam o potencial dos canabinoides como agentes terapêuticos promissores na minimização dos danos e na recuperação neural após um evento de AVC (Campos, 2024).
Nos últimos anos, a aceitação dos canabinoides como opções terapêuticas tem crescido, impulsionada por evidências científicas que demonstram seus efeitos positivos em diversas condições neurológicas, incluindo o AVC. Esse cenário é impulsionado tanto pelo aumento das pesquisas quanto pelas mudanças nas legislações que regulamentam o uso de canabinoides em diversas regiões (Gomes et al., 2022). Contudo, ainda existem lacunas significativas no conhecimento, particularmente no que diz respeito às dosagens ideais, aos efeitos a longo prazo e à combinação de canabinoides com outras terapias de reabilitação. A maior parte dos estudos realizados até o momento é de natureza preliminar e envolve modelos experimentais ou pequenas amostras, o que evidencia a necessidade de ensaios clínicos mais robustos que validem essas intervenções em termos de segurança e eficácia (Garcia; Barbosa Neto, 2023).
Portanto, esta revisão justifica-se pela relevância de sintetizar as evidências mais recentes sobre o uso de canabinoides na recuperação pós-AVC, com o objetivo de identificar suas aplicações práticas e contribuir para a formulação de diretrizes clínicas que possam orientar a prática médica e aprimorar os desfechos dos pacientes. A compreensão aprofundada dos potenciais benefícios e limitações dos canabinoides na reabilitação pós-AVC pode representar um avanço significativo para a medicina e para o bem-estar dos pacientes, trazendo novas perspectivas para a neurociência e para o tratamento de lesões cerebrais.
METODOLOGIA:
A metodologia deste estudo foi delineada como uma revisão integrativa da literatura, com o intuito de investigar e sintetizar as evidências científicas sobre o uso de canabinoides como adjuvantes na recuperação motora e cognitiva de pacientes adultos acometidos por acidente vascular cerebral (AVC). A pesquisa foi realizada nas bases de dados Medical Publications (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), utilizando descritores como, “Acidente Vascular Cerebral”, “Endocanabinoide”, “Canabinoide” e “THC”. Para aumentar a precisão dos resultados e assegurar a relevância dos estudos, o operador booleano “AND” foi utilizado para combinar os termos, focando na relação direta entre canabinoides e processos de reabilitação pós-AVC. Foram considerados apenas artigos publicados nos últimos dez anos (2014-2024), disponíveis integralmente em português, inglês ou espanhol e publicações em revistas revisadas por pares. Estudos que não abordavam diretamente o tema, usavam amostras não humanas ou não apresentavam dados originais pertinentes foram excluídos. Das buscas iniciais, 12 artigos foram identificados; após leitura completa, 3 foram selecionados para análise detalhada, devido à relevância e qualidade metodológica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A utilização de canabinoides no apoio à recuperação motora e cognitiva após um AVC tem gerado resultados promissores em estudos recentes. A administração de canabinoides, especialmente o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), demonstrou efeitos positivos na promoção da neuroplasticidade, um fator crucial para a reabilitação motora. Segundo Franco & Victorio (2023) o THC demonstrou aumentar a expressão de fatores neurotróficos, que são fundamentais para a recuperação funcional em modelos experimentais de AVC.
Além de promover a neuroplasticidade, os canabinoides têm demonstrado eficácia na redução da espasticidade, um sintoma comum em pacientes após um AVC. Estudos indicam que os canabinoides podem ajudar a diminuir a rigidez muscular, permitindo uma melhor amplitude de movimento durante a reabilitação. Essa evidência sugere que a inclusão de canabinoides na terapia pode facilitar a recuperação funcional, tornando as intervenções de reabilitação mais efetivas (Aragão et al., 2022).
Em relação à recuperação cognitiva, as evidências sugerem que os canabinoides podem ter um impacto significativo. Um estudo conduzido por Rezende Filho et al. (2022) revelou que pacientes que receberam canabinoides relataram melhorias nas funções cognitivas, como memória e atenção, após um AVC. Esses achados indicam que os canabinoides podem proporcionar não apenas alívio físico, mas também benefícios mentais, contribuindo para uma recuperação mais holística.
Embora os dados disponíveis sugiram um potencial significativo para os canabinoides na reabilitação pós-AVC, a necessidade de mais pesquisas é evidente. O uso de canabinoides como coadjuvantes pode enriquecer as abordagens terapêuticas, mas a compreensão completa de seus mecanismos de ação e a padronização de seu uso são essenciais para garantir a segurança e eficácia no tratamento de pacientes que sofreram AVC (Dias et al., 2024).
A crescente evidência sobre o uso de canabinoides na recuperação motora e cognitiva após um acidente vascular cerebral (AVC) levanta questões importantes sobre sua aplicabilidade clínica e os mecanismos subjacentes aos seus efeitos. Os canabinoides, principalmente o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), têm demonstrado propriedades neuroprotetoras que podem ser cruciais durante o processo de reabilitação. Segundo Schlindwein-Zanini & Soliti (2019) os canabinoides podem ajudar a reduzir o dano neuronal após um AVC, promovendo um ambiente mais favorável para a recuperação. Essa neuroproteção pode ser fundamental para minimizar os efeitos agudos do AVC e facilitar uma reabilitação mais eficaz.
Além da neuroproteção, os canabinoides têm sido associados à plasticidade neural, um fator essencial na recuperação funcional. Sabo & Baptista (2023) afirmam que a modulação do sistema endocanabinoide pode promover a plasticidade sináptica, o que é crucial para a adaptação do cérebro após lesões. Isso sugere que, ao estimular a plasticidade, os canabinoides podem ajudar na recuperação motora, permitindo que os pacientes recuperem habilidades motoras perdidas de forma mais eficiente. No entanto, a variabilidade individual na resposta aos canabinoides exige um estudo mais aprofundado sobre como otimizar seu uso na reabilitação (Franco; Victorio, 2023).
A pesquisa também sugere que os canabinoides podem ter um impacto positivo nas funções cognitivas pós-AVC. Bravo-Ferrer et al., (2016) destacam que o uso de canabinoides demonstrou melhorar a memória e a atenção em pacientes com lesões cerebrais. Esses efeitos podem ser particularmente significativos, pois muitos sobreviventes de AVC enfrentam déficits cognitivos que afetam suas atividades diárias e qualidade de vida. A possibilidade de usar canabinoides como parte de uma abordagem terapêutica para restaurar funções cognitivas é promissora, mas requer mais validação em estudos clínicos (Schlindwein-Zanini & Soliti, 2019).
Entretanto, a implementação de canabinoides na prática clínica não é isenta de desafios. As variações nas respostas individuais e a falta de diretrizes claras sobre dosagem e formulação podem dificultar a padronização dos tratamentos. Rodriguez-Venegas & Fontaine-Ortiz (2020) alertam que mais estudos são necessários para entender as melhores práticas para a utilização de canabinoides na reabilitação pós-AVC. Essa necessidade de padronização é crucial para garantir não apenas a eficácia do tratamento, mas também a segurança dos pacientes, considerando os possíveis efeitos colaterais dos canabinoides.
Por fim, embora a evidência atual sugere um potencial significativo dos canabinoides na recuperação motora e cognitiva após um AVC, é essencial conduzir pesquisas adicionais para confirmar esses achados e estabelecer protocolos de tratamento eficazes. O futuro da terapia com canabinoides na reabilitação pós-AVC dependerá da realização de ensaios clínicos rigorosos que avaliem tanto a eficácia quanto a segurança. A exploração contínua desse campo poderá levar a novas estratégias terapêuticas que melhorem a qualidade de vida dos sobreviventes de AVC (Ribeiro et al., 2021).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização de canabinoides no apoio à recuperação motora e cognitiva após um acidente vascular cerebral apresenta um potencial significativo, refletindo avanços promissores na pesquisa sobre suas propriedades neuroprotetoras e efeitos na plasticidade neural. Os estudos indicam que esses compostos podem não apenas mitigar os danos causados pelo AVC, mas também facilitar a reabilitação funcional, promovendo a recuperação de habilidades motoras e a melhoria das funções cognitivas. Essa perspectiva abre novas possibilidades para abordagens terapêuticas que podem transformar o tratamento pós-AVC.
No entanto, a implementação clínica dos canabinoides ainda enfrenta desafios, como a necessidade de diretrizes claras sobre dosagem e formulação. É essencial que futuras pesquisas se concentrem em ensaios clínicos rigorosos para validar a eficácia e segurança dessa terapia, além de esclarecer os mecanismos envolvidos. O avanço nesse campo poderá levar a estratégias inovadoras que melhorem a qualidade de vida dos pacientes que sobrevivem a um AVC, proporcionando uma reabilitação mais eficaz e abrangente.
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